28 de setembro de 2011

Tempos modernos

     Às vezes se torna difícil escrever algo com uma certa frequência. São tantas obrigações assumidas, tantos planos e projetos a serem realizados que acabamos deixando de lado pequenos passatempos que nos fazem tão bem. Escrever é relaxante, é revigorante e libertador. Quem nunca escreveu sem compromisso não sabe o que é liberdade.
    Tantas pessoas têm blogs hoje em dia que parece que temos mais autores do que leitores para lerem todo esse material. Digo isso, pois tenho alguns colegas e amigos que também possuem blogs pessoais e uma coisa garanto: a grande maioria deles são ótimos escritores. No entanto, hoje, nessa correria que é nosso dia-a-dia quase não temos tempo para ler o que os outros tem pra nos contar. Apesar de tudo, vejo algo bom nessa história toda: significa que nossa geração tem muito a dizer.

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     Não sei se alguém vai ler isso, mas talvez não importe tanto. Escrevo por escrever.
     A quem interessar possa, em breve estarei postando alguma coisa mais interessante.
     Sem mais.

27 de julho de 2011

O avarento e a sua barra de ouro

       Um avarento vendeu tudo que tinha e comprou uma barra de ouro, e a enterrou em um buraco perto de um velho muro. Diariamente, ele ia olhar o seu tesouro. Um dos seus empregados, observando o que ele fazia, decidiu espionar aquele vai e vem.
      Ele logo descobriu o segredo do tesouro escondido, desenterrou a barra de ouro e levou-a consigo. Quando o avarento foi fazer a inspeção, viu o buraco vazio e começou a se lamentar e a arrancar os cabelos.
       Um vizinho, vendo-o nesse estado de tanta dor, compreendendo o que afligia o avarento, disse-lhe: "Porque ficar assim tão desolado? Basta por uma pedra no buraco onde estava a barra de ouro e imaginar que ela está lá. Pois, mesmo quando o ouro estava lá, você não fazia uso dele".
Fábula de Esopo

  Nota do signatário deste blog: "A maioria das histórias ditas infantis não são tão infantis quanto aparentam ser."

15 de julho de 2011

A ficção e a realidade

         Sempre me perguntei: "pra quê serve a Literatura? Pra quê serve a ficção?" Na época em que cursava Letras na UFPB perguntei a alguns professores, mas nenhum me deu uma resposta que me satisfizesse. Não que eles estivessem errados, mas não achei suas respostas realmente esclarecedoras. A culpa não é deles, afinal existem várias respostas para essa pergunta, mas nenhuma tornou-se referência para solucionar dilema tão antigo.
            Alguns argumentos até que são lógicos, embora (me pareçam) insuficientes. Eis:
           - A ficção, a literatura serve para nos ajudar a lidar com a realidade;
          - Serve também para que possamos aprender com os erros dos outros e conhecer a nós mesmos;
           - Serve para obter conhecimento;
           - Serve como divertimento, prazer, passatempo;
         - Serve para "irmos" a lugares que nunca poderíamos ir se não fosse através da imaginação;
           - ou qualquer outra resposta que tente satisfazer esse questionamento utilitarista.
           Até aí tudo bem, mas...

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A FICÇÃO E A REALIDADE

              De certa forma, desde pequeno aprendi a viver mais no mundo da imaginação do que no mundo real. Tinha coleção de gibis (de Turma da Mônica a "Superman"), livros de todos os tipos, vídeo-cassete com desenhos gravados (isso mesmo, não sou da geração que cresceu com o DVD e com o Blue-Ray). Já na adolescência, a paixão pela ficção fez com que lesse vários livros, e aos poucos fosse buscando uma literatura mais "madura" (Tolstói, Shakespeare, Victor Hugo, Machado de Assis, entre outros). Daí pra o curso de Letras foi um passo. 
            Nunca deixei contudo que o academicismo me afastasse de alguns autores que figuravam na lista negra de alguns "doutores", ou seja, certos autores considerados "párias" como J. K. Howling e Paulo Coelho eram demonizados nas salas e corredores da universidade.
            Quando lia aquelas teses sobre obras literárias e mergulhava a fundo nesse mundo "criado" pelos autores considerados mais geniais, tinha medo de  mergulhar demais na ficção e me perder da realidade. Dilema esse que me acompanhou por muito tempo, até que a própria vida fez com que descobrisse a resposta: percebi que o problema não estava na utilidade (ou não-utilidade) da ficção, mas no uso que eu fazia dela.  
                Sempre achei que deveria ler o maior número de livros, assistir os filmes mais interessantes, escutar as músicas mais geniais, acompanhar as melhores séries e assistir os melhores curta-metragens. Admito que exagerei nessa busca, mas o grande problema é que esse mergulho na ficção fez com que me tornasse um idealista (não no bom sentido). Me tornei alguém que esperava o momento ideal, a oportunidade ideal, o curso ideal, os amigos ideais, a namorada ideal... Enfim quem faz isso esquece que a realidade é muito mais complicada. As coisas e pessoas NÃO SÃO ideais para nós, assim como NÃO SOMOS ideais para elas. E bom que seja assim. Se as coisas e pessoas fossem como esperamos, a vida perderia sua riqueza.
           Quem tem medo de arriscar não obtém grandes conquistas. Quem tem medo de sofrer não ama de verdade. Quem espera demais, perde grandes oportunidades. Precisamos da ficção, mas precisamos ainda mais da realidade.
             Conversando com minha mãe, comentei: "Não sei pra quê adianta ler tanto. Às vezes, tenho medo de me perder no meio de tantos livros, histórias e teorias." Ela, de maneira genial na sua simplicidade, respondeu: "Impossível, meu filho. A realidade é algo muito forte. Ela sempre te puxa de volta."
               A resposta pra esse dilema quem me deu foi uma mulher (minha mãe) sem formação acadêmica nenhuma. Tenho certeza que o fato de não ter um diploma universitário não a faz menos inteligente.


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              Os conhecimentos mais marcantes não estão nas bancas de doutorado das universidades, nem nos livros dos grandes gênios. Alguns conhecimentos são trazidos de surpresa pela vida. Só a experiência proporciona essas descobertas únicas e pessoais. Esses presentes do mundo, é claro, são apenas pra quem não tem medo de viver.

19 de junho de 2011

O discurso do rei ou A verdade retórica

George VI (Colin Firth)
O DISCURSO DO REI
     Acabo de assistir "O Discurso do Rei", filme indicado a doze Oscars e ganhador de quatro, inclusive de melhor filme. Mas as premiações, apesar de merecidas, não são tão importantes como a história retratada:
    Após a morte de seu pai e a renúncia do seu irmão mais velho ao trono, é a vez de George assumir a coroa e com ela todas as suas responsabilidades. No entanto, um detalhe crucial abala sua auto-estima e o faz questionar sobre sua capacidade de conduzir o reino: uma indesejável e inoportuna gagueira. Como pode um rei, cujo discurso pode inflamar paixões ou apaziguar os ânimos dos súditos descontentes, não conseguir passar a força e a confiança que esperam de um soberano? É esse desafio que o agora Rei George VI e seu fonoaudiológo Lionel Logue terão que enfrentar. 
    Após muito tratamento e persistência e em meio ao começo da Segunda Guerra Mundial, os súditos apreensivos diante daquele cenário internacional de violência esperam notícias sobre o destino do país. Através da emissora real de radiodifusão, todos prestam atenção ao aguardado discurso do Rei. O filme encerra de maneira triunfal e mostra a importância da fala, do discurso, enfim, da palavra enunciada com força, altivez e emoção.



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A VERDADE RETÓRICA

    Os sofistas, por exemplo, acreditavam que era possível convencer alguém que o preto era branco apenas através de um argumento astuto e (aparentemente) certeiro. Pode ser que haja um certo exagero nesse pensamento, mas uma coisa é verdade: em meio a tantas incertezas, muitas vezes o que temos de mais concreto é o discurso. Muita coisa das quais acreditamos hoje nos foi colocada não através dos fatos, mas do discurso, do discurso ideológico, político, religioso, filósofico e até científico.

     No curso de Direito, e até nos tribunais, muitas vezes o que impera não é a Verdade, mas o que predomina é a verdade retórica, ou seja, aquele argumento intelectualmente irresistível. É assim que acontece na maioria dos fóruns e nos cursos das ditas Ciências Humanas. Pra quem é da área jurídica termos como "Direito Natural", "Justiça", "Democracia", "Dignidade Humana", "Mínimo ético", por exemplo, são conceitos bem difundidos. E o que são conceitos? Representações gerais e abstratas de uma realidade ou até mesmo de uma não-realidade. Quer dizer, uma coisa não existe só porque damos nome a ela.
    Não quero dizer que estas que citei não existem, pelo contrário, são ideais como esses que me fazem ver que certos estudos e pesquisas (apesar de às vezes um pouco cansativos) são úteis e necessários para alcançar objetivos maiores. No entanto, o mais fascinante e espetacular é perceber que através das palavras, das ideias e dos argumentos vencemos e convencemos.
    Resta ter cuidado e usar tais habilidades para um bem maior.

16 de abril de 2011

Aqueles dias em que tudo parece dar certo



       Diferentemente dos tempos de outrora, hoje sofremos com o excesso de informações. Somos impelidos a passar horas estudando, a aprender outro idioma, fazer cursos, trabalhos, artigos, se atualizar, ver notícias, acompanhar mudanças na lei, na gramática, na sociedade, na doutrina, na ciência... Tudo isso é bom. Conhecimento nunca é demais. Mas peraí. Precisamos saber disso tudo? Parece que sim. Pelo menos é o que dita o mercado de trabalho. 
       Às vezes falta tempo para família, para os amigos, para si próprio, para o ócio criativo e até falta tempo para administrar o tempo. Contraditório, não? Mas é a realidade de muitos. Quem não acompanha essas mudanças fica pra trás comendo poeira.
       Mas a vida é assim mesmo. Vamos a levando e ela levando a gente até o dia em que tudo acabar e nos perguntarmos: Será que valeu à pena? Não importa qual for a resposta, já vai ser tarde demais.
      No final das contas, acredito eu, há de existir uma razão para tudo isso. Não importa. No meu ano sabático reflito melhor sobre isso.
       Todo esforço há de ser recompensado.
       Hoje, por uma razão que não sei bem qual é, me sinto especialmente feliz. Fazia um tempo que não me sentia assim.

18 de março de 2011

Um homem precisa viajar

"Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver"
  (Do documentário "Mar sem fim" sobre o viajante Amyr Klink)


      E chegou um momento da minha vida que fui forçado a concordar com as palavras de Amyr. Sei que nem sempre podemos ir a lugares exóticos e distantes. Mas acredito que o que foi dito não se aplica só a esses lugares. Muitas vezes temos que sair do nossa zona de conforto e provar da estranheza e o sabor do desconhecido e deixar de pensar que o mundo é tal qual imaginamos. Daí reside a graça de ser humano.

3 de março de 2011

Sobre o não dizer

     O que postar após semanas de silêncio neste espaço virtual? O que dizer para os poucos que ousam ler esses poucos bits de palavras desconexas?
      Esse silêncio, essa pausa se deve a um simples questionamento: "o que eu deveria escrever neste blog para torná-lo interessante?"  No começo, a intenção era apenas escrever sem maiores intenções, apenas exercitar a prática da escrita, dar vazão a própria necessidade de expressão que é inerente a todo ser humano. Mas agora poucas pessoas (a maioria amigos e alunos) já frequentam este modesto blog e me perguntam quando sairão as próximas postagens. A responsabilidade, de certa forma, aumentou. Não importa se apenas 1 ou 10 internautas visitam esse espaço, mas agora é fato que pelo menos alguém lê e isso muda muita coisa.
      E então? A quê esse blog se propõe? Falar de literatura, cinema, política, esporte, pessoas ou artes? Pode até ser, mas no momento, já existem alguns blogueiros que falam com propriedade sobre estes assuntos. Escrever sobre minha vida? Não por vários motivos: não sou narcisista a tal ponto (se bem que possuir um blog, segundo alguns psicológos, já  pode ser um primeiro sinal de exibicionismo); não quero fazer deste espaço um diário virtual; e da minha vida, no momento, não tem muita coisa interessante para relatar, e o que poderia ser não é elegante divulgar. 
     Posso até escrever sobre esses tópicos que acabei de citar, mas não vou me ater a nenhum deles. E embora também esteja em um Curso de Direito, não me sinto suficientemente gabaritado para escrever postagens de cunho jurídico sem matar de vergonha meus professores. Portanto, escrevi esses poucos parágrafos para dizer que esse blog não possui um eixo temático definido e que próximas postagens hão de vir. Mais cedo ou mais tarde elas hão de vir.
     Por enquanto um silêncio oportuno.

22 de janeiro de 2011

Loucura

    Einstein dizia que não há maior sinal de loucura do que fazer a mesma coisa repetidas vezes e esperar resultados diferentes.
     Pra falar a verdade, não sei se essa frase é realmente de sua autoria, pois não a li em nenhum livro e sim na internet. Sabendo que as informações colhidas nesse meio nem sempre são confiáveis, fica aqui só a ideia central. A autoria, por enquanto, fica sendo de origem duvidosa.
    

13 de janeiro de 2011

Amar, gostar, se apaixonar...

     - Por que a gente ama quem não ama a gente, papai?
     - Não sei, meu filho. Não sei...
     E naquele momento Fernando lamentou não saber a resposta da única pergunta que seu filho lhe fizera em anos. Afinal, como saberia responder? Logo ele que há anos sente escondido no peito uma angústia parecida. Logo ele que não conseguira esquecê-la. Porque depois dela, as outras foram apenas as outras e nenhuma teve mais graça. É certo que gostara de outras, sim. Mas não sentiu pelas outras 10% do que sentira pela sua primeira.

...

     Talvez a resposta para essa pergunta comece pela distinção nem sempre fácil de Amor e Paixão.
     É apenas meu palpite.

1 de janeiro de 2011

Se eu tivesse uma banda...

... a capa do CD seria mais ou menos assim:



      Foi uma brincadeira bestinha que vi no AcidezMental. Vale a pena conferir:

      Como seria a capa do seu CD se você tivesse uma banda?
     É uma brincadeira bem divertida pois o resultado pode ser muito bizarro...
     Siga os 3 passos abaixo e crie uma capa de CD para sua "banda". 

     1º Passo
     Clique AQUI. Vai abrir uma página aleatória na Wikipedia. O título que aparecer na barra do navegador, lá no canto superior esquerdo, será o nome da sua banda. 

     2º Passo
     Clique AQUI. As últimas quatro palavras da frase que aparecer formarão o título do seu disco. 

      3º Passo
     E finalmente, clique AQUI. A terceira foto, não importa qual seja, será a capa do seu disco. 

     Junte tudo no Photoshop e veja como fica.
     Ah... Mas não vale trapacear e ficar escolhendo... O grande barato da brincadeira é justamente a aleatoriedade da coisa, né?


     Falando nisso, assim como muitos adolescentes, era louco pra ter uma banda. Eu, meu irmão e meus primos sonhavámos em fazer turnês e shows por aí. Tínhamos até o nome da banda. O que não tínhamos era talento, nem disposição para aprender a tocar nenhum instrumento.