28 de dezembro de 2010

Postagem clichê de fim de ano

   - Quais são seus planos para 2011, Wellington?
   - Passar no concurso do...
   - Não, não. Não perguntei o que você quer para 2011. Perguntei o que você planeja fazer.
   - Ah, tá.
    Foi assim, numa conversa informal que percebi que todos meus projetos para os anos novos eram baseados apenas no que eu desejava, enquanto deveria focar no modo de execução desses planos, em como atingir tais metas.
    Acho que com muita gente acontece o mesmo. Motivado com a perspectiva de mudança e esperança que acompanha toda mudança de ano, sempre elaborei uma lista de objetivos que deveriam ser cumpridos naquele novo lapso de 365 dias. Era como se o simples fato de desejá-los, os fizesse realidade. E assim mais um ano começava e terminava naturalmente com a realização de alguns planos, o engavetamento e a procrastinação de outros. Se parece muito com quando estamos prestes a completar 18 anos. Ficamos na expectativa de atingir a maioridade, achando que o simples fato de se tornar adulto vai fazer com que tudo seja diferente e extremamente mais emocionante. No dia seguinte ao completarmos a tão sonhada idade, percebemos que pouca coisa mudou e que não é a idade que vai fazer nossa vida mudar, e sim nossa postura diante dela que terá de mudar para que as coisas sejam diferentes.
    Além da fátidica lista de planos, também fazia uma rápida retrospectiva, procurando rever erros e acertos cometidos no ano que se passou. Mas a medida que os anos iam se passando, os reveillons iam ficando cada vez menos ritualizados (pelo menos para mim) e cada vez mais parecidos com uma grande festa. A diferença é que as viradas de ano se tornaram uma boa maneira para agradecer por mais um ano e pedir mais sorte e emoção para o próximo. No mais é trabalhar e deixar que a vida e Deus façam o restante.

15 de dezembro de 2010

Diário de um concurseiro I - A decisão

         Tudo de importante que fazemos em nossas vidas começa com uma decisão. Mesmo tomadas de maneira rápida, impensada ou impulsiva, são as decisões que nos fazem ser o que somos e estar aonde estamos.
   Dentre as inúmeras coisas que poderia estar fazendo agora no auge da minha juventude (alguém com 23 anos ainda é considerado jovem, não é?), tive que eleger algo que faria total diferença na minha vida: passar num concurso público federal. Já passei para alguns concursos que, cada um a sua maneira, não me satisfizeram e cujos salários também não são nada atrativos. Não levo em conta só a questão salarial, pois acredito que trabalho  não é só sustento financeiro, e sim realização pessoal. Mas ao mesmo tempo não posso ser hipócrita. Além de realização pessoal e profissional, quero ter uma situação financeira razoável num trabalho onde eu seja valorizado e que tenha tempo para fazer outras coisas que me interessam.
          Sendo assim, dentre os concursos que fiz dos quais fui aprovado, o de Professor de Português era o que mais me dava esperanças. Fiz o curso de Letras sonhando em revolucionar a escola e a vida de meus alunos através da educação e da leitura, mas hoje acredito que a educação não se faz apenas com um professor, mas com vários, com o poder público e, principalmente, com o apoio da sociedade. Todo político fala que vai dar prioridade à educação, mas o resultado é sempre o mesmo: descaso. Todo mundo fala da importância do professor, mas ninguém mais quer ensinar na educação básica, que é a fase mais importante da vida de um estudante. Enfim, é um trabalho que todo mundo sabe que dever ser feito, mas ninguém quer fazer. E não vou nem falar da questão salarial e das condições de trabalho do professor, pois não terminaria este texto nunca. Enfim, NÃO desisti da educação, apenas vou lutar por ela em uma outra instância.
          Os outros dois concursos para os quais poderia ter optado são bem diferentes da carreira de docente: Agente Administrativo e Policial Militar, mas esses já são outra história.
          Overchoice. Essa é o termo que explica bem minha situação e a de muitos jovens por aí. Estamos num mundo em que, mesmo com todas as desigualdades que desestruturam nossa sociedade, as opções e as escolhas que muitos de nós temos são inúmeras. Escolher nem sempre é fácil e as consequências nem sempre são tão prevísiveis. Entretanto, pior que ter opções demais é não ter nenhuma.
         Um professor do curso de Direito da UEPB, conhecido no meio acadêmico como Dr. Antônio, possui uma das visões mais bonitas e filosóficas que eu já ouvi a respeito do trabalho. Foi ouvindo suas palavras que fiquei  ainda mais confuso a respeito de qual profissão realmente valeria a pena abraçar. E isso é bom, acredito que seja até uma dúvida saudável. Não quero, nem posso ter uma visão reducionista do trabalho: salário, sustento e estabilidade. Serviço público é mais que isso,  é  ter a oportunidade de ajudar pessoas e não de servir clientes, é trabalhar por e para as pessoas e ainda receber salário no fim do mês. E um pensamento foi levando a outro...
         ...por isso há algum tempo venho amadurecendo uma ideia. Mas essa será assunto para uma próxima e distante postagem.
         Algumas caminhos ainda poderão e deverão ser percorridos.

         Próxima parada: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.  
         E que venham os livros!